Muitos de nós já imaginamos como seria estar com alguém
famoso e bonito. Namorar, casar. Sim, isso mesmo, com o seu ídolo, aquele(a)
que você acha lindo(a). O Rodrigo Hilbert, se apaixonando loucamente por mim,
por exemplo, se hipoteticamente, eu e ele estivéssemos solteiros. Pode rir à
vontade. Quantas vezes, na minha adolescência, me imaginei em momentos românticos
com o Tom Cruise ou o Jordan, dos New Kids on the block. Mas vou te
explicar como eu me convenci de que isso seria uma furada. Sim, te darei
motivos pra acreditar que é melhor estar sozinho a estar com um bonitão.
Tom Cruise |
Aí, o Rodrigo Hilbert está casado comigo, tá? Mas, pra
facilitar a escrita vou chama-lo de Rô. O texto é meu e eu faço o que eu
quiser.
Eu amo sair pra jantar, almoçar fora, passear, ir ao
cinema... Tenho pavor de ficar em casa por muito tempo. Imagine, agora, eu
chegando em qualquer lugar com o Rô. Abre parêntesis: minha irmã me contou,
que, certa vez, em São Paulo, o Thiago Lacerda, aquele Giuseppe da Casa das
Sete Mulheres, chegou no restaurante que ela estava. Todos conversando alto,
aquele blábláblá e ele aparece na porta.
E se eu tirasse uma
caca de nariz, ou tiro a calcinha do meio do bumbum e o paparazzi registrasse
aquele momento? No outro dia, a foto estaria nas redes sociais: esposa de Rodrigo Hilbert tira caca de nariz no Leblon. Ou seja, nada de passear. A vida seria
ficar em casa. Pra mim, seria terrível. Não poderia fazer uma caminhada num fim
de tarde de mãos dadas com o Rô. Não poderia ter uma refeição ou conversa em
paz, na companhia dele, num restaurante, sem parar de minuto a minuto pra os
fãs tirarem suas selfies, agarrarem, beijarem, passarem a mão na bunda. Vocês
já devem ter visto como é uma fã enlouquecida por seu ídolo. Perdem
completamente a razão e a compostura. Querem arrancar um fio da barba do
bonitão pra leiloar depois no fã clube. É aquele vuco vuco. Não sou ciumenta,
mas odiaria ver isso várias vezes. Não sei se me acostumaria.
Sua identidade? Praticamente
não existe. Você é a esposa do Rô. Uma mera figurante. Só isso. Amigos? Estão
com você pra se aproximar do seu célebre marido, tirar uma casquinha. Eu desconfiaria
de qualquer uma que chegasse querendo ser minha mais nova amiguinha. Um
churrasquinho na sua casa, vem seu maridinho de sunga pra dar um mergulho na
piscina. Todas as suas amigas babando e tentando disfarçar.
Acho que você já deve ter percebido que não conseguiria mais
ter privacidade em lugar algum, se estivesse com o seu ídolo. Sem contar que
ele pode ter um bafo azedo permanente. Um chulé nojento. Frieiras. Pode ser que
ele ronque a noite inteira. Arrota e peida na sua frente. Coma de boca aberta. Não
limpe direito o bumbum, deixando aquela trágica freada de bicicleta na parte
traseira da cueca. Tá vendo? É só imaginar isso que acaba todo o glamour. Pra
mim, pelo menos, dá certo.
Por isso, valorize sua vida normal. Sem holofotes, sem ser
reconhecido em qualquer lugar, sem ser perseguido por paparazzis, sem ter sua
privacidade invadida. Você quer ir comprar pão na padaria calçando havaianas,
cara de quem acabou de acordar, com uma caneta Bic enfiada no coque de cabelo?
Vai tranquila. E valorize seu marido/namorado normal, gordinho, baixinho,
peludo, mas que tem muitas qualidades. Estar com alguém normal é ter liberdade,
tranquilidade e privacidade (caramba, isso ficou parecendo o lema da revolução
francesa: liberdade, igualdade e fraternidade). Isso é tudo. Espero ter
ajudado. De nada.
Um brinde ao mundo normal!Tim tim!
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