segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Você in love por uma celebridade


Muitos de nós já imaginamos como seria estar com alguém famoso e bonito. Namorar, casar. Sim, isso mesmo, com o seu ídolo, aquele(a) que você acha lindo(a). O Rodrigo Hilbert, se apaixonando loucamente por mim, por exemplo, se hipoteticamente, eu e ele estivéssemos solteiros. Pode rir à vontade. Quantas vezes, na minha adolescência, me imaginei em momentos românticos com o Tom Cruise ou o Jordan, dos New Kids on the block. Mas vou te explicar como eu me convenci de que isso seria uma furada. Sim, te darei motivos pra acreditar que é melhor estar sozinho a estar com um bonitão.
Tom Cruise

Aí, o Rodrigo Hilbert está casado comigo, tá? Mas, pra facilitar a escrita vou chama-lo de Rô. O texto é meu e eu faço o que eu quiser.
Eu amo sair pra jantar, almoçar fora, passear, ir ao cinema... Tenho pavor de ficar em casa por muito tempo. Imagine, agora, eu chegando em qualquer lugar com o Rô. Abre parêntesis: minha irmã me contou, que, certa vez, em São Paulo, o Thiago Lacerda, aquele Giuseppe da Casa das Sete Mulheres, chegou no restaurante que ela estava. Todos conversando alto, aquele blábláblá e ele aparece na porta.

Fica procurando a mesa com a turma que o aguardava. O som para. Ninguém fala NADA, nem um pio. Todos, inclusive os homens, olhando pra ele. Pessoas de boca aberta. Ele, todo sem graça, finge naturalidade. Você entendeu o que eu tô querendo dizer? Agora imagine aí o Rô e eu chegando num lugar lotado. Um homem desse com alguém como eu, normalzinha. No outro dia, sairia em várias revistas e redes sociais comentários acabando com a minha raça. Iriam me considerar escrota, indigna. Lembro que li, anos atrás, comentários sobre o tamanho da bunda da esposa de certo ator famoso. Também li comentários maldosos sobre a esposa de Pierce Brosnan, por ela estar acima do peso aceitável pela mídia.

 E se eu tirasse uma caca de nariz, ou tiro a calcinha do meio do bumbum e o paparazzi registrasse aquele momento? No outro dia, a foto estaria nas redes sociais: esposa de Rodrigo Hilbert tira caca de nariz no Leblon. Ou seja, nada de passear. A vida seria ficar em casa. Pra mim, seria terrível. Não poderia fazer uma caminhada num fim de tarde de mãos dadas com o Rô. Não poderia ter uma refeição ou conversa em paz, na companhia dele, num restaurante, sem parar de minuto a minuto pra os fãs tirarem suas selfies, agarrarem, beijarem, passarem a mão na bunda. Vocês já devem ter visto como é uma fã enlouquecida por seu ídolo. Perdem completamente a razão e a compostura. Querem arrancar um fio da barba do bonitão pra leiloar depois no fã clube. É aquele vuco vuco. Não sou ciumenta, mas odiaria ver isso várias vezes. Não sei se me acostumaria.


 Sua identidade? Praticamente não existe. Você é a esposa do Rô. Uma mera figurante. Só isso. Amigos? Estão com você pra se aproximar do seu célebre marido, tirar uma casquinha. Eu desconfiaria de qualquer uma que chegasse querendo ser minha mais nova amiguinha. Um churrasquinho na sua casa, vem seu maridinho de sunga pra dar um mergulho na piscina. Todas as suas amigas babando e tentando disfarçar.
Acho que você já deve ter percebido que não conseguiria mais ter privacidade em lugar algum, se estivesse com o seu ídolo. Sem contar que ele pode ter um bafo azedo permanente. Um chulé nojento. Frieiras. Pode ser que ele ronque a noite inteira. Arrota e peida na sua frente. Coma de boca aberta. Não limpe direito o bumbum, deixando aquela trágica freada de bicicleta na parte traseira da cueca. Tá vendo? É só imaginar isso que acaba todo o glamour. Pra mim, pelo menos, dá certo.

 Por isso, valorize sua vida normal. Sem holofotes, sem ser reconhecido em qualquer lugar, sem ser perseguido por paparazzis, sem ter sua privacidade invadida. Você quer ir comprar pão na padaria calçando havaianas, cara de quem acabou de acordar, com uma caneta Bic enfiada no coque de cabelo? Vai tranquila. E valorize seu marido/namorado normal, gordinho, baixinho, peludo, mas que tem muitas qualidades. Estar com alguém normal é ter liberdade, tranquilidade e privacidade (caramba, isso ficou parecendo o lema da revolução francesa: liberdade, igualdade e fraternidade). Isso é tudo. Espero ter ajudado. De nada. 
Um brinde ao mundo normal!Tim tim!


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