sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Que pena!

 





Essa semana, meu filho trouxe um livro da biblioteca da escola que mostra várias aves. Ele ama desenhar e ficou copiando alguns pássaros. Folheei o livro e fiquei encantada. Como vejo Deus em algumas coisas! Em flores, cores, lua, céu bonito, céu estrelado e nos animais. Se eu pudesse e não fosse presa pelo Ibama, teria vários no meu quintal: um peixe boi, um bicho preguiça, um panda, um coala, um pinguim, vários gatos e cachorros.


Meu marido, recentemente, visitou uma cidade do Paraná, chamada Arapongas. Esse é o nome de um pássaro. Não queira ser acordado com o canto de uma araponga na sua janela. Você já ouviu? Pesquise aí no Youtube. Pensa num bichinho escandaloso! Mas o interessante dessa cidade é que suas 1600 ruas têm o nome de aves. Quando você pede uma informação lá é, mais ou menos assim: siga em frente duas quadras na rua Beija Flor, vira à direita na Tico Tico, anda uma quadra e vire à esquerda na Pica Pau. E então você chegará no cruzamento da Avenida Avestruz com a Andorinhas. É lei municipal, sério! Podem procurar! Quando um loteamento é inaugurado em Arapongas, uma funcionária da prefeitura é encarregada de buscar as espécies ou subespécies pra nomear as novas ruas.

Mas, voltando ao livro, numa página estava o beija-flor, o único que consegue dar ré no meio do voo. Alguma companhia aérea já conseguiu esse feito? Se sim, não fiquei sabendo. E tinha muita coisa interessante ali. Por exemplo: a casa que o João-de-Barro faz, que pode durar anos. Os gansos, que protegem o território em que vivem e são capazes de voar milhares de quilômetros pra fugir do frio. Que possuem estratégias maravilhosas de voar em bando e em formação de “v”, organizados assim para que gastem menos energia e possam vigiar uns aos outros durante a longa viagem. Também li sobre a agilidade do gavião, a beleza do pavão, o poder de imitar sons que o papagaio tem. A virada poderosa de pescoço que a coruja faz. Li sobre os ninhos, as patas adaptadas para o local onde vivem...

 Agora, o que mais chamou minha atenção foi o urubu. Por que? Porque eu e quase todo mundo o acha feio, nojento e desprezível  pois se alimenta de animais mortos/carne podre, certo? Mas ali estava escrito que ele é muito importante para o equilíbrio ecológico, pois elimina grande parte de cadáveres de animais no ambiente, evitando a disseminação de doenças. Ou seja, ele é praticamente o cara da coleta de lixo hospitalar ou do Centro de zoonose. Ele faz o que ninguém quer fazer. Trabalho sujo, digamos, mas muito eficiente. Eles são capazes de ver um bicho morto a 3 mil metros de altura e de sentir o cheiro de carniça a 50 km de distância. Valeu urubu, a partir de agora tenho um outro olhar a seu respeito. E fiquei feliz em saber que o mascote do Flamengo é um urubu.

E as cores, minha gente? Uma mais linda que a outra! A aquarela de Deus é muito top! Minhas preferidas são as do pavão (ele humilha os outros com tanta beleza). Depois vem o flamingo, tucano e a arara azul. Achei interessante, também, o fato de cada bico das aves ser diferente em cada espécie, adaptados sempre para o tipo de alimentação que possuem.

E é isso que eu quero te dizer: que às vezes, uma coisa dessa, um livro infantil, consegue falar mais que uma mensagem ou pregação bíblica num culto. Aprendi sobre a perfeição da criação, como tudo é feito com um propósito. Sabe aqueles dias cheios de atividades e obrigações? Que você não pensou em Deus nem um segundo sequer? E então, voltando pra casa, se depara com um espetáculo de um pôr do sol ou uma linda lua cheia. Eu paro e penso: Uau! Deus! Ou talvez, você chega em casa e percebe que os botões da sua orquídea abriram e nasceram flores lindas e coloridas. Deus!  Parece um post it de Deus te dizendo: Olá, eu estou aqui. Muitos, eu sei, não conseguem ver isso e só posso sentir pena (já que estamos falando de aves, permitam-me o trocadilho).
Meu filho me pediu várias vezes pra comprarmos um papagaio ou passarinho. Mas me recuso, tenho muita pena (mais uma vez) de prender alguém com o poder de voar apenas pra eu ficar admirando aquele ser.
Só posso agradecer a Deus por ter falado comigo em meio a um simples livro da biblioteca.
Se eu morasse em Arapongas, a “Cidade dos Passarinhos”, nem ficaria chateada se minha casa estivesse na rua Urubu. Mas, por enquanto, não há nenhuma rua com este nome por lá. Puro preconceito, não acham? Que pena!
Obs: Abaixo, um show de beleza e cores pra você!