sábado, 30 de janeiro de 2016

No céu não vai ter... de A a Z


A: A voz do Brasil, acidente, Alzheimer, atraso, amargura, abuso sexual, aquecimento global, assalto, AIDS, azia, azar, ácaro, arroto, assombração nem apagão.


B: Black Friday, baboseiras, briga, burocracia, burrice, busão lotado, Big Brother, barata, bullying, bebedeira, buraco na camada de ozônio e bafo.


C: Chato, congestionamento, calor de 45 graus, colesterol alto, coceira, cecê, cárie, câncer, chulé, cuspe, culpa, calorias, celulite, confusão, cocaína, crack, crueldade nem corrupção.


D: Desilusão, drogas, desmoronamentos e desmatamento, DST, dinheiro, dívida, desvio de verba, dúvida, dor, desigualdade social, doenças, desonestidade, dengue, demência, depressão nem depilação.


E: Empurra-empurra, enchente, envelhecimento, ego, espertalhões, Ebola, enxaqueca, espinha no rosto, espinho no peixe, exame de sangue e de próstata, estupro, muito menos ESTRUPO e nem erro de português.


F: Facebook, falta de água, fofoca, funk, furacão, fedor de cocô, farpa no dedo, febre, feiúra, fumaça de caminhão, faniquito também não.


G: Guerra, gula, gonorreia, goteira, grosseria. Greve, gangue, gandaia e gritaria.


H: Horário eleitoral, holerite, hospício, humilhação, herpes, histeria, hérnia, hipertensão e hospital.


I: Imposto, insônia, injustiças, infidelidade, inveja, impeachment, ingratidão, imprudência, indiferença, Iphone, Ipad, Ipod,” isso pode, isso não pode...”.


J: Jeitinho brasileiro, judiação.


K: Kbytes, know-how e karaokê.


L: Lamentação, lavagem de dinheiro, licitação, louça pra lavar, lixo, luxúria e ladrão.


M: Mal algum, mal estar, medo, mofo, mosca, materialismo, mulherengo, mulher fruta, muvuca, mesquinharia, maconha, mau humor, malandragem e matemática.


N: Náusea, negligência, nabo, narcóticos, necessidades, narcisismo e negativismo.


O: Opressão, olho gordo, ovo podre, ódio, operação Lava jato (só se for um Lava jato pra lavar nossos pecados), orgulho, óleo de fígado de bacalhau, ostentação nem obturação.


P: Pecado, preocupação, palavrão, pindaíba, preguiça, pichação, privada entupida, protesto, piolho, parasita, pesadelo, pamonha de Piracicaba, pós-graduação, política, podridão, poeira, praga, pornografia e peido também não.


Q: Quebra-pau, QI, queixas, queimadura e quimioterapia.


R: Regime, rancor, reclamação, reunião de condomínio, Receita Federal, remorso, rato, rave e roubo.


S: Segunda-feira, seca, solidão, safadeza, stress, salário atrasado, status, suor e sujeira.


T: Telemarketing, topada no dedinho do pé, Tsunami, trabalho escravo, trambiqueiros, tropeção, tédio, terrorismo e TPM.


U: UTI, UFC, úlcera, utopia, urticária, unha encravada.


V: Vizinho mala, vermes, vômito, vergonha, vodu, vestibular, vaia, vandalismo, vadiagem, vacilo, vício e vaidade.


W: Wireless, whatsapp e Wi-Fi, pois estaremos conectados com Deus.


X: Xilindró, xingamento e xereta.


Y: Youtube. Teremos coisas melhores pra fazer, não acham?


Z: Zumbi, Zika vírus, zum-zum-zum, zumbido de pernilongo, zona e zangado.


E que Deus, pela sua maravilhosa graça, me dê a oportunidade de constatar, in loco, se não vai ter mesmo tudo isso.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Boas invenções


Boas invenções

Hoje posso dizer que fiz algo diferente. Fui ao CineMaterna assistir um filme, Joy, acompanhar uma amiga e seu bebê. O CineMaterna possibilita, em várias cidades do Brasil, que mães, pais e acompanhantes ( um por mãe), assistam bons filmes em bons cinemas. Porém, é tudo adaptado para o conforto do bebê e da mãe. Por exemplo: o ar condicionado é mais suave, o volume do som também é reduzido, para evitar sustos e choradeiras. O ambiente é levemente iluminado. Não fica aquele breu, que geralmente estamos acostumados. Existe um trocador de fraldas dentro do cinema equipado com tudo o que a mãe precisa. E várias voluntárias ficam por ali ajudando quem precisar. Uma amiga de infância me contou que foi voluntária em Campinas e disse que a primeira sessão de lançamento em Bauru iria acontecer esse mês. No fim, acabei lá de acompanhante.
Lembro, claramente, da minha angústia de ficar em casa o dia inteiro quando meus filhos eram pequeninos demais. Como era difícil fazer algo com eles no colo, com aquela bolsa de mãe e ir num lugar que tivesse trocador, lugar pra amamentar etc. Por isso achei essa ideia muito legal.
 Vocês precisam ver a cena: várias mães chegando. Bebês no colo, dormindo, em cangurus, em carrinhos. Falando nisso, tinha praticamente um estacionamento de carrinhos embaixo da tela do cinema. Como era a primeira sessão aqui na minha cidade, tinha gente filmando, tirando foto. As mães e os bebês eram as celebridades do momento.
Quando o filme começou, você ouvia vários bebês chorando, o que já era esperado. Mas dava pra assistir tranquilamente o filme. E tivemos sorte pois o bebê da Isa, minha amiga, estava na maior paz. Mamou a maior parte do tempo, deu um cochilo, uma regurgitada básica e só. Se comportou. Várias mães amamentavam, outras ficavam de pé nas laterais da sala balançando o bebê pra dormir. Se o nenê começa a esgoelar a mãe é orientada a dar uma voltinha fora do cinema, pra não assustar os outros  bebês e virar uma onda generalizada de choradeira.

O filme que assistimos mostrava a vida de uma mulher americana, que inventou um famoso esfregão, o MOP. E tudo o que ela passou e sofreu ( e como sofreu!)  pra que sua invenção fosse patenteada e conhecida em seu país. A ideia que ela teve foi mesmo genial, mesmo que seja para um esfregão, que se tornou bem mais prático e potente.

Ainda bem que o mundo possui pessoas assim. Que não só inventam, mas batalham pra aquilo se tornar possível. E como essas coisas facilitam a vida da gente.

E ali, assistindo o filme e vendo todas aquelas mamães com seus bebês eu pensei: Parabéns pra essa Joy, uma guerreira. Que teve uma ideia genial. E parabéns pra você que inventou o CineMaterna. Não sei quem foi. Muito provavelmente foi uma mãe. Mas foi outra ideia genial!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Leve um casaco, pode esfriar!



Quando era criança, eu detestava quando meus pais dormiam a tarde inteira de sábado ou domingo. Pra quê dormir tanto assim? pensava. Por que não ir passear, fazer alguma coisa interessante? Hoje eu faço exatamente a mesma coisa.


Eu achava que minha mãe ficava muito estressada quando iríamos receber visita de parentes em casa. Ela não parava de arrumar a casa e cada coisa que bagunçávamos era motivo pra bronca. A casa tinha que ficar nos trinques e o cardápio das refeições tinha que ser maravilhoso.


Hoje eu faço exatamente igual. E quase morro pra deixar o lavabo arrumado, cheiroso e habitável, com toalha bonitinha pras visitas. E olha que é uma tarefa bem difícil quando você tem três homens em casa que ainda mijam pra fora e o filho mais novo ainda não aprendeu a dar descarga. Desinfetante de meia em meia hora é a solução. 


Outra coisa que eu ficava P da vida: Como eles podiam errar meu nome? Viviam confundindo meu nome com os meus irmãos. Hoje eu confundo o nome dos meus filhos até com o nome do meu cachorro. 


Quando minha mãe encontrava algum conhecido na rua eu me cansava de esperar e não entendia pra quê tanta conversa e bate papo. “E sua mãe, fulana? Melhorou?” e aí a conversa não acabava mais. E eu em pé lá, esperando e pedindo: “Mãe, chega, vamos embora?”. E hoje? Tudo igualzinho... eu paro pra conversar e meus filhos também reclamam.


Também não entendia por que meus pais não tinham respostas pra todas as minhas perguntas. Se me ensinaram que eu não podia mentir, por que deveria abrir um presente de aniversário decepcionante e dizer, sorrindo, que eu amei aquilo?


Por que eles trabalhavam tanto e por que tinha que tomar banho todo santo dia? Nem suei hoje, eu pensava. E por que precisava comer salada, se nem gostava tanto assim? 


Pra quê passar batom, mãe? Só vamos ali na padaria. E hoje não saio de casa sem batom, protetor, corretivo, base e blush.


Não entendia por que tinha que ouvir a viagem inteira as músicas que meu pai queria e hoje falo pros meus meninos: O carro é meu e ouço o que eu quiser. Quando vocês tiverem seu carro, vocês podem escolher a música que for.


Achava o cúmulo ter que me levantar da mesa do almoço umas 10 vezes pra pegar as coisas que meu pai queria e não estavam na mesa. Primeiro era o guardanapo, depois era o limão, depois era a pimenta. Depois ele via que o suco estava sem gelo e pedia umas pedrinhas pra mim. Aí ele via que o suco estava sem açúcar, e lá vai eu. Essa faca não está cortando filha, pega outra pra mim? Ih...tá faltando o queijo ralado. Pega aí filha, você está mais perto da geladeira. ( Pai,nem tente se defender pois eu tenho testemunhas) Hoje? Tento maneirar, pois sei como era duro, mas sobrevivi e sei que meus filhos também vão. 


Minha mãe ficava horas tirando cutícula na cama. Achava um exagero aquilo. Que tanto ela tirava naqueles dedos, meu Deus? Hoje descobri que isso é uma delícia. Nem vejo o tempo passar.

E foi então que percebi que a Elis Regina tem razão. Se você tem mais de 30 anos talvez conheça aquela música: “Como nossos pais”. Se tem menos de trinta, procura aí no Google. Digite as palavras “letra música Elis Regina como nossos pais” e você vai ver que um trecho da música é assim:

“ ...mas nós somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. O compositor da música foi o Belchior, aquele que endoidou uns tempos atrás. Mas a música bombou e viralizou nas redes sociais da época na potente voz de Elis Regina mesmo. O contexto da letra da música era totalmente diferente do meu texto aqui, mas roubei. Dá licença, tá?


Agora vejamos, se teu pai foi um alcoólatra e te espancava todo dia, não seja como ele. Mas você aprendeu o que NÃO se deve fazer. Então pegue o que foi bom e tente jogar fora as coisas ruins. Ele te ajudava a fazer a tarefa, era educado e cumprimentava todas as pessoas? Aí! Pegue isso como exemplo pra você. Dá um Ctrl C e Ctrl V no que foi legal e um Delete no que foi desastroso. As estatísticas dizem que se seu pai foi alcoólatra você tem chance de ser também. Mas Deus é muito maior que as estatísticas, convenhamos. Mande a estatística pra aquele lugar. Você pode lapidar esse DNA que recebeu e passar um bem melhor pros seus filhos. Minha funcionária aqui de casa, por exemplo, teve os pais alcoólatras. Ela não suporta cheiro de bebida. Nem passa perto. Quando eu faço risoto ela se nega a comer, pois diz que sente o gosto do vinho.  Sagu com vinho também nem experimenta. Eu entendo. Melhor assim.
 Escolha o exemplo que você quer seguir, pegue o que seus pais te ensinaram de bom e jogue fora o que foi ruim. Não esqueça que eles não eram perfeitos e que você também não é.

Agradeço a Deus a educação que meus pais me deram. E se eu conseguir ser um pouco que eles foram pra mim e meus irmãos eu já fico feliz. E isso você percebe bem melhor quando tem os seus filhos. Aí você dá muito mais valor. Hoje meus filhos reclamam muito de mim. Sei que demora pra eles perceberem que é pro bem deles que falamos tantas vezes a palavra “não”. Mas vai chegar o dia que eles vão perceber.


Só sei de uma coisa, quando tiver seus filhos você mesmo irá levar um susto quando ouvir as palavras saindo da sua boca:

“ Filho, vai sair? Leve um casaco, vai esfriar.”