quinta-feira, 9 de junho de 2016

Um baita cronista



Um baita cronista

O fato é que ajudar seu filho fazer tarefa não é uma das coisas mais legais desse mundo. Tem muita tarefa chata. Mas entendo que é necessário. Ás vezes, ele traz uns livros muito loucos lá da biblioteca da escola. E quando é de matemática então? Com seus probleminhas super legais, aos quais sempre tive aversão quando era pequena (mentira, quando grande também.). Acho que deveria ter uma matéria pra ensinar a resolver os problemas da vida, que são vários, não é mesmo?

Mas, essa semana fiquei feliz quando meu filhote me pediu ajuda pra fazer uma pesquisa sobre um cronista brasileiro. Opa! Gostei! Crônica é comigo mesmo, vocês já devem ter notado pelo blog, que sou fã desse gênero textual. Já pensei no qual eu escolheria mas meu filho disse que tinha que ser aquele que a professora escolheu. Tinha algumas opções na agenda como Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Rachel de Queiroz e Luís Fernando Veríssimo. Para meu filho, foi feito um X na frente de, nada mais, nada menos que ele: meu cronista gaúcho favorito, o único ainda vivo dessa turminha aí: Veríssimo! Obrigada Deus! Por que? Porque ele é o cara! Perdoem-me os fãs dos outros cronistas, respeito muito, mas não são minha praia.
E aí fomos pesquisar mais a fundo a vida dele. Escritor, humorista, cartunista, tradutor, roteirista de televisão autor de teatro, romancista e saxofonista. Só isso!
Descobri que, no ano que eu nasci, em 1981, seu livro mais famoso, O analista de Bagé esgotou sua primeira edição em apenas dois dias.
Na pesquisa, encontrei pensamentos e frases que vão comprovar porque ele é genial. Aí vai:

“Só acredito naquilo que posso tocar. Não acredito, por exemplo, em Luíza Brunet.”

“A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte final.”

“Quando a gente acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”

“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data.”

“Humor é melhor que rancor.”

“Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio pra dormir e um laxante na mesma noite.”

“Paquerar é bom, mas chega uma hora que cansa! Cansa na hora que você percebe que ter dez pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo que possuir dez ao mesmo tempo.”

“Nunca usei bombacha, não gosto de chimarrão e nem de me lembrar da última vez que subi num cavalo. Aliás, o cavalo também não gosta.”

“Os tristes acham que o vento geme...os alegres acham que ele canta.”

“Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo.”

“Gaúcho que é gaúcho não deixa sua mulher mostrar a bunda pra ninguém. Nem em baile de carnaval. Gaúcho que é gaúcho não mostra a bunda pra ninguém. Só no vestiário, para outros homens, e, assim mesmo, se olhar por mais de trinta segundos sai briga.”

“Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se que um amador solitário construiu Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.”

“A diferença entre o Brasil e a República Tcheca é que a República Tcheca tem o governo em Praga e o Brasil tem essa praga no governo.”

Não disse? Genial!
Olha aí Veríssimo! Estou fazendo propaganda pra você, de graça. Mas sei que você não precisa. Mesmo assim, talvez você ganhe novos fãs a partir desse texto. Não tem como ler essas frases e não admirá-lo. Desculpe a intimidade,  mas você é um fofo. Vou procurar seu fã clube e fazer minha carteirinha. Prometo que tentarei seguir seus conselhos: vou escolher ouvir o vento sempre cantando, nunca tomarei laxante e calmante juntos, deixarei que meus filhos terminem a arte final do layout sozinhos e irei preferir humor a rancor. Sempre! Ah! E encontrar uma pessoa que valha por dez eu já encontrei, faz vinte e um anos.
Obrigada tche!

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